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Publicado em 21/11/2019

Veículos Autônomos – ainda muito distantes da realidade

Andrew Smart, consultor independente sobre mobilidade e um dos especialistas mais respeitados do setor automotivo dos EUA, com passagens por AVL, Ricardo Engineering e SAE, há algumas semanas, viveu uma experiência não muito agradável com o sistema de direção semiautônoma do seu carro. Sua nota diz:

”Fui lembrado hoje, dirigindo no mundo real, que estamos a muitos anos de atingir o nível L4 de autonomia de um veículo. Em apenas 15 minutos dirigindo em uma estrada escorregadia sob neve, a seguinte mensagem apareceu no painel do meu veículo:

Pre Collison Assist Not Available – Sensor Blocked (sensor de pré-colisão bloqueado)”.

O que aconteceu com Andrew não era um teste ou simulação, mas ele mesmo dirigindo pela I 75 North em Detroit, em condições climáticas adversas.

O volume global de notícias enaltecendo o acesso iminente aos veículos autônomos mais precisos do que o homem e com um nível de mobilidade jamais sonhado carece de ponderar o que nos esquecemos muitas vezes: a condução de um veículo no mundo “real”. Na verdade, não é fácil replicar em informática a quantidade de informações que o cérebro humano pode processar.

Michael Dekort, especialista em software da Lockheed Martin, diz que veículos autônomos precisam passar por acidentes para que a tecnologia possa aprender e ser desenvolvida. Ele afirma ainda que a simulação destes não basta para que os algoritmos funcionem adequadamente.

Trilhões de quilômetros estão para serem percorridos. Os cenários relevantes dos acidentes também não foram suficientemente aprendidos. Como aponta Dekort, milhares deles teriam que ocorrer milhares de vezes para serem validados. O que significaria muitos feridos e mortes.

Então, considerar que os veículos autônomos serão perfeitos e que os humanos são estúpidos e inconsequentes não parece ser a melhor abordagem.

Se nos preocupássemos em focar na estrada à frente e não no telefone, diminuir a velocidade, não beber e dirigir ao mesmo tempo, salvaríamos 10.000 vidas por ano das 37.000 fatalidades que acontecem nos EUA.

Dentro das nossas imperfeições, ainda temos muito a evoluir antes que os veículos autônomos assumam nossa posição atrás do volante, tanto pela possibilidade de sermos condutores melhores, quanto pela distante realidade a ser trazida por eles.

Paulo Cardamone
Bright Consulting

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