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Publicado em 26/04/2022

MÓDULOS DE BATERIA SUBSTITUÍVEIS PODEM SER O FUTURO DOS CARROS ELÉTRICOS

Essa solução se aplica principalmente em países em desenvolvimento onde o preço das baterias ainda restringe o potencial de vendas de veículos BEV

Por Gustavo Henrique Ruffo | Future Mobility Consultant

O Brasil vive hoje uma invasão de veículos elétricos. A recente abertura de uma concessionária da BYD é o desenvolvimento mais atual de uma estratégia inevitável. Carros elétricos são o futuro da mobilidade pessoal e o desenvolvimento de veículos a combustão deve perder terreno ao longo dos próximos anos, rapidamente no mundo e de forma mais gradativa no Brasil, onde existe uma oportunidade de híbridos flex. O problema é como comprar carros ainda tão caros. Uma das respostas possíveis é o uso de módulos de baterias substituíveis.

Atualmente, a NIO já vende na Europa e na China veículos cujos pacotes de baterias podem ser trocados em mais de 900 estações. Os clientes da marca podem comprar seus veículos com as baterias ou pagar uma mensalidade para usá-las. Quem preferir comprá-las gastará, de imediato, 20 mil dólares a mais no veículo (R$ 95.974 pela cotação do dia 24 de abril).

Quem paga pelo uso economiza essa grana toda e ainda pode substituir os pacotes de baterias em viagens em cerca de 6 minutos, o que torna os veículos da NIO muito mais convenientes que elétricos comuns em viagens longas. Uma recarga rápida dificilmente durará menos de 20 minutos. A questão é que pacotes de bateria de 75 kWh ou 100 kWh são pesados (em torno de meia tonelada) e desnecessários na maior parte do tempo.

Dizia-se que o brasileiro dirige, em média, 15 km por dia. Uma bateria de 75 kWh garante uma autonomia de cerca de 400 km – isso depende muito de cada elétrico. Alguém que dirigisse na média poderia ficar 26 dias sem recarregar, mas também transportaria muito mais peso por aí do que o necessário. Os módulos substituíveis resolvem a questão.

Uma das primeiras empresas a propor o modelo foi a Ample. A startup americana criou módulos do tamanho de caixas de sapato que podem ser substituídos em cerca de 5 minutos. Um carro médio usa cerca de 10 módulos e a empresa os aluga por quantidade. Em outras palavras, você pode escolher 300 módulos por mês, se quiser usar os 10 todo dia, o que não faz sentido. A Ample não divulga o tamanho de cada módulo, mas é possível que um ou dois dessem conta do recado. Em vez de 300, o dono do elétrico poderia usar 120. Com isso, gastaria menos dinheiro e carregaria menos peso, o que aumentaria a autonomia de seu veículo.

A ideia é tão boa que o maior fabricante mundial de baterias já o adotou. A CATL criou módulos chamados Choco-SEBs, batizados assim porque parecem barras de chocolate. Cada um deles tem 26.5 kWh, suficientes para uma autonomia de 200 km, segundo a empresa. Para uma viagem longa, o dono do elétrico poderia colocar três módulos no carro e trocá-los sempre que a carga acabar. Para o dia-a-dia, um só bastaria.

Alugar as baterias pode parecer mau negócio, mas não é o caso. No estágio atual de desenvolvimento, ainda há muitas dúvidas sobre sua durabilidade e segurança. Os recentes recalls milionários envolvendo incêndios mostram o tamanho do pepino. Quem aluga as baterias tem a garantia de que elas terão sempre a tecnologia mais atual. Se elas falharem por qualquer motivo, basta trocá-las em uma estação. Quem compra as baterias morre com o mico na mão se elas estiverem fora da garantia. Independentemente do valor do carro, essa pessoa terá de gastar 20 mil dólares para trocar o pacote. Entendeu a grande sacada dos módulos substituíveis?

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