ARTIGOS

Publicado em 01/06/2020

Qual o custo de fechar as cidades?
O impacto das decisões dos governos no mercado de automóveis

Com o aumento descontrolado de contágios e mortes pela COVID-19 no Brasil e lotação dos hospitais públicos no atendimento dos casos mais graves, governos estaduais e municipais têm decretado medidas extremas – lockdown – no controle de circulação das cidades. O isolamento mais rigoroso aconteceu em estados menos preparados para atender à pandemia e que demoraram em se decidir por medidas restritivas. Estas ações têm afetado a comercialização de veículos e trazido desafios imensos na previsão de volumes para o segmento. 

O estado de São Paulo, por exemplo, teve 461 emplacamentos em abril, quando seriam esperados pelo menos 15 mil dentro do ritmo nacional de vendas com a pandemia. Se, na previsão anterior, o isolamento estava planejado para terminar em 18 de maio, hoje ainda se discute as estratégias de contenção para junho na cidade de São Paulo. Felizmente, foi autorizado um reinício de trabalho dos DETRANs por meio digital a partir do dia 22 de maio.

O caso do estado de São Paulo não é isolado, mas é fundamental nos volumes de carros vendidos e emplacados. Estima-se um déficit de 40-45 mil unidades vendidas e não emplacadas para abril e maio, que deverão se materializar com as operações digitais dos DETRANs. O volume do segundo trimestre é estimado pela Bright Consulting em 220 mil unidades, com a recuperação mais forte acontecendo em junho – se não chover. O volume total de vendas de 2020, agora em 2,05 milhões de unidades, é 23% menor do que em 2019. A produção é de 2,09 milhões, 25% abaixo do ano anterior, uma vez que as exportações também foram fortemente afetadas. 

Com o passar do tempo, os impactos só aumentam

Quanto mais se adia a retomada dos negócios, mais lenta será a recuperação e maior a possibilidade de empresas ficarem pelo caminho. Impostos, prestações e investimentos foram postergados, não esquecidos. Outro exemplo importante: a redução proporcional de horários e salário tinha a duração estimada de 2 meses e esse prazo poderá não dar mais conta do recado. Já se sabe que a arrecadação de março foi a pior em 17 anos e qual será esse número para abril?

No momento, há convergência de opiniões sobre a recuperação das vendas de veículos para 2,35 milhões de unidades em 2021. As vendas de SUV e PCD continuarão a ser os destaques e a volta do volume de 2019 fica agora para 2023. 

Naturalmente, os principais impactos da crise no setor são:

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Sobrevivência das PME’s de autopeças

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Desemprego elevado e consequente postergação das compras de veículos

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Impacto do preço depreciado de usados na venda dos 0km

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Reformatação da Rede de Distribuição para menores volumes e maior atividade digital

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Globalização em risco pela supervalorização do dólar e dependência externa

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Metas regulatórias precisando de ajustes onde possível

A nova edição do Auto Industry Monitor de junho avaliará em detalhes estas mudanças e oferecerá uma visão de curto e médio prazo para a tomada de decisões que não podem esperar.

Cassio Pagliarini Bright Consulting  

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