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Publicado em 16/03/2019

Os riscos associados ao futuro das pequenas e médias empresas de autopeças no novo cenário automotivo brasileiro

Conversando com um grupo de PME’s do setor de autopeças na semana passada, fui questionado sobre o futuro das pequenas e médias empresas do setor no Brasil. A resposta a esta questão está diretamente ligada às profundas transformações que estão impactando o setor em nível global, e que já afetam o Brasil.

 A baixa competitividade em um ambiente de exigências crescentes levou boa parte das empresas nacionais da cadeia de suprimentos PME’s (Tiers 2 e 3) a dificuldades financeiras e tecnológicas.

 O novo consumidor conectado (geração Centennial), que é adepto da economia do compartilhamento, passou a exigir um conteúdo cada vez maior de tecnologias embarcadas nos veículos nos últimos anos, influenciando inclusive a mudança no mix de vendas. Um dos reflexos mais evidentes é o crescimento acelerado da participação dos SUV’s no Brasil.

 Na mesma direção, a regulação de Segurança Veicular, Emissões e Eficiência Energética inserida no Programa Rota 2030 requer uma adição de conteúdo tecnológico ainda maior nos veículos no primeiro ciclo do programa, que vai de 2018 a 2022.

 Estes dois movimentos vão requerer consideráveis investimentos em tecnologia de desenvolvimento e em melhorias do processo produtivo, o que vai aumentar ainda mais a fragilidade deste segmento da indústria. Via de regra as PME’s não têm condições de acompanhar a evolução por falta de gestão profissional, baixa capitalização e grande restrição das fontes de tecnologia.

O resultado da situação particular das PME’s de autopeças no Brasil, aliado ao alto grau de incerteza com relação a tendências como eletrificação e automação, tende a desacelerar os investimentos no Brasil. Dessa forma, haverá aumento da importação de componentes por parte de Montadoras e Tier 1 (Sistemistas) no curto e médio prazos, o que não só vai agravar a posição competitiva das PME’s, como também aumentar o déficit da balança comercial de autopeças, amplificando o risco de sobrevivência dos Tiers 2 e 3. cujo número de empresas será consideravelmente reduzido nos próximos 5 anos.

Em 2018 o volume de US$ 14 bilhões de importações de autopeças já representou mais da metade da indústria de autopeças descontado as exportações e gerou um déficit na balança de componentes de US$ 5,6 bilhões.

 No longo prazo, a “CKDização” da produção no Brasil traz um risco adicional para os próprios sistemistas e para a produção de veículos completos no Brasil.

Para saber mais sobre a evolução destes movimentos e de seus impactos na cadeia produtiva acesse nosso site: www.brightisd.com ou nos contate pelo e-mail: contato@brightisd.com

Paulo Cardamone

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