Mobilidade sustentável no setor de caminhões e ônibus

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O futuro da mobilidade sustentável no setor de transportes está indefinido e ainda depende da percepção do mercado do que significa seu atingimento. Caminhões e ônibus, em constante desenvolvimento, vivem sempre na transição entre a atual e a próxima legislação de emissão de poluentes, entre as demais.

A realidade vai se estreitando à medida que as condições climáticas do planeta exigem maior contribuição de todos os setores, incluindo o de transportes, não somente em sua ponta, que seriam os veículos, mas em toda a cadeia, desde a produção de matéria prima até o descarte final após o término de sua vida útil. Ou seja, não adianta ser sustentável somente nas emissões.

Otimização dos transportes, gerenciamento das frotas, desenvolvimento de novos softwares que busquem eficiência, reciclabilidade de materiais em toda a cadeia produtiva, combustíveis alternativos, novas formas de propulsão, como elétricas ou híbridas, são fatores que estão diretamente ligados ao que se espera de uma mobilidade sustentável.

É um processo transitório, no qual as indústrias buscam eficiência, qualidade, minimizar desperdícios, reduzir emissão de poluentes, investir em novas tecnologias e serem lucrativas para continuarem existindo. Por outro lado, o cliente que compra e consome os produtos, busca também otimizar sua operação para continuar sendo lucrativa, muitas vezes questionando as novas tecnologias, que requerem maiores investimentos sem apresentarem a contrapartida da rentabilidade, a não ser o intangível da redução de poluentes e melhoria nas condições climáticas, no médio longo prazo.

Os problemas são globais e os desafios locais. No atual cenário brasileiro, a indústria do transporte já direcionou soluções alternativas ao combustível fóssil nos setores de transporte público urbano e na distribuição de bens de consumo. No entanto, para os veículos de carga que percorrem médias e longa distâncias os requisitos passam pelas dimensões continentais do país, malha rodoviária, logística de abastecimento de combustíveis e infraestrutura de distribuição de energia elétrica, entre outros. As soluções alternativas, como o gás natural, estarão ligadas às rotas possíveis e os combustíveis fósseis ainda deverão estar presentes na maioria dos transportes, necessitando ações objetivas, com prazo determinado, de renovação da frota circulante, reduzindo a emissão de poluentes pela redução da idade média, em paralelo ao desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias.

A visão futura, que é imediata, indica a necessidade de discussões mais amplas sobre como construir essa transição de forma que os benefícios sejam quantificados e percebidos, incluindo na equação das emissões o custo de saúde pública. A mobilidade sustentável, com seus inúmeros parâmetros entrelaçados, será atingida como resultado de ações conjuntas coordenadas de diferentes setores, de uma conscientização social sobre sua necessidade e importância e de políticas públicas que suportem todo o processo.

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