As recentes medidas protecionistas do presidente Trump podem afetar o comércio dos EUA com vários países
A ameaça de aumento das barreiras fiscais dos EUA para diversos países levantou a curiosidade sobre os principais produtos que os norte-americanos compram do exterior. Este interessante levantamento do portal Visual Capitalist mostra os países de origem para as principais importações de cada estado americano.

Algumas conclusões interessantes:
- Existe uma dominância clara de Canadá e México nas importações dos estados em geral;
- Estados mais próximos desses países (norte e centro, no caso do Canadá, e sul, no caso do México) têm uma dominância desses países nas suas importações;
- O Canadá responde por importações de automóveis, petróleo, máquinas e diversos alimentos;
- Por sua vez, o México exporta para os EUA automóveis, computadores, máquinas, combustíveis, instrumentos óticos e médicos, assim como toda sorte de alimentos;
- Estados com maior população tendem a ter volume maior de importados originários da China, com extrema diversidade de produtos;
- A Irlanda aparece como principal exportador para dois estados. Não é whisky, mas produtos farmacêuticos, químicos orgânicos e plástico;
- As importações da Alemanha aparecem com automóveis, máquinas e farmacêuticos;
- Malásia, Coreia do Sul e Japão têm grande peso em automóveis e máquinas.
E o Brasil, como fica nessa história? Nossas exportações destinadas aos EUA têm apresentado um crescimento constante nos últimos 10 anos, com US$ 40,3 bilhões encaminhados durante 2024, 9,9% a mais do que o mesmo período de 2023. De acordo com o padrão CUCI (Classificação Uniforma para o Comércio Internacional), nossos produtos mais presentes nas cestas americanas estão descritos abaixo:
Embora a grande maioria seja de comodities, é interessante observar alguns produtos manufaturados, em especial aviões e seus componentes, por obra e honra da nossa excelente Embraer.
O Brasil foi recentemente afetado pelas tarifas impostas ao aço e alumínio importados, que terão dois impactos: redução na exportação desses materiais e aumento no custo interno dos EUA para produtos que utilizam esses materiais. O balanço entre a economia de divisas e o aumento interno de custos ainda deve ser verificado. Também entrou na pauta de negociações com o pedido de reciprocidade nas barreiras fiscais para o etanol e outros produtos poderão seguir nessa lista. O governo brasileiro avalia as medidas e potenciais ações de acomodação e equilíbrio.