A legislação europeia muito rigorosa na redução do CO2 enfrenta resistência das montadoras e abre a possibilidade de ter mais dois anos para se adequar.
A Comunidade Europeia está avaliando a possibilidade de flexibilizar por 3 anos as metas de CO2 para automóveis e comerciais leves e postergar a aplicação de multas na sua comercialização. Para os fabricantes, a meta de 93,6g/km está programada como média para seus automóveis vendidos em 2025, progredindo para zero em 2035 de acordo com o ciclo de teste WLTP (Worldwide harmonized Light vehicles Test Procedure) segundo a decisão 1623 de 2023 da Comunidade Europeia. Por essa decisão, cada veículo deverá pagar 95 Euros por g/km excedendo a meta, calculado como média corporativa.
Depois de grande lobby dos fabricantes de veículos, a direção da Comunidade Europeia parece agora ouvir suas queixas, apesar da pressão de grupos favoráveis à mobilidade elétrica. A nova flexibilidade vai permitir que as metas sejam estendidas para 2027 desde que as médias de 2025 a 2027 respeitem a meta original. Isso significa ultrapassar as metas em 2027 para quem não as alcançou em 2025 e 2026, de forma a fazer a média cumprir o acordo, que ainda deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu.
As marcas europeias celebram essa flexibilidade, mas o secretário geral do E-Mobility Europe, Chris Heron, diz que essa medida poderá atrasar a transição para os veículos elétricos, assim como negócios de recarregamento, infraestrutura e o negócio da mobilidade elétrica como um todo. “Nós temos grandes questões legais agora. Mudar as regras a meio caminho de 2025 é injusto para aquelas marcas que trabalharam para atingir as metas de boa fé. Ao desacelerar sua transição para os veículos elétricos, deixaremos a porta aberta para que a China continue a ser o grande líder de mercado, colocando a criação de empregos de longo prazo em risco”.
Artigo inspirado pela matéria do portal GlobalData Automotive
